Não me apetece trabalhar!
E quando não me apetece, dá-me para pensar sobre nadas. Como escrever demonstra algum trabalho, mais vale pôr-me a teclar p'ráqui do que ficar a olhar para o tecto. Um dos meus tópicos favoritos para pensar na morte da bezerra é imaginar o que passa na cabeça dos outros. Isto porque ninguém diria o que passa pela minha. Já questionei várias pessoas que eu conheço sobre o que acham de mim e a última coisa que lhes passa pela cabeça é que eu goste de escrever poemas, por exemplo. A mim também não me passaria pela cabeça que Stalin gostasse de escrever poemas, mas ele fê-lo! Não é que eu tenha algo em comum com a personagem, só que quando soube achei deveras extraordinário! Ou seja, encerramos dentro de nós tantas pequenos gostos que não se adequam à nossa imagem, que por mais que nos tornemos iguais por fora, seremos sempre diferentes por dentro. Isto tudo veio-me à cabeça porque ontem li uma escritora dizer que os seus textos, que parecem escritos ao correr da pena (como este), são na verdade rascunhados, compostos e recompostos até à perfeição. Claro que esse é o verdadeiro talento de um escritor, trabalhar as palavras de tal forma que elas parecem ter brotado ali da terra por acção simples do sol e da chuva. Como a excelência dos ginastas, que é atingida quando fazem um flic flac à retaguarda parecer tão fácil como um passo a caminhar. Fazer o difícil parecer fácil é talvez a melhor definição de talento. Ou... Fazer o díficil parecer fácil é o mais difícil de tudo.
Por falar em dificuldades..., como estive para aqui a mandriar, vou ter de ficar a trabalhar até mais tarde. Merda...