Do Contra
Normalmente sou do Contra. Não é tanto uma questão ideológica, mas algo que me dá certo prazer, explorar os contras de cada questão, advogada do Diabo em muitos casos. Mas, mais do que ser do Contra, sou contra quem é do Contra!!
Todos os anos, por ocasião do Dia das Bruxas, há um magote de gente que se levanta contra a importação de uma cultura que não é a nossa, enquanto que eu só vejo a felicidade dos meus filhos a irem para a escola, a minha de jantar com os amigos e a da minha mãe a contar-me sobre o bando de crianças que lhe bateu à porta.
Mas embora o povo esteja feliz, há quem goste de dizer que não se pode porque é não é luso, assim como não o é o Pai-Natal da Coca-cola, o Dia dos Namorados do coração que não tem forma de coração, o Carnaval de pernas ao léu em Fevereiro, a Páscoa no Algarve, o S. João de martelo de plástico,... Nunca percebi é porque não se revoltam também com o facto de termos um sistema político grego, fazermos contas como os árabes, falarmos uma língua romana e adorarmos um rei judeu.