Estranhamente sinto que o Natal tem sido mais quente do que era na minha infância. Não é que tivesse tido maus natais quando era pequena, mas talvez por agora passar parte do meu natal na cozinha sinta mais os calores do forno e os vapores do fogão! E as pequenas tradições que vou magicando e cozinhando aqui e ali vão-me aquecendo. Mas o tempo vai passando, e numa das festas desta temporada, um tio relembrava os natais em que me vesti de mãe natal com o mesmo tom em que recordava as suas aventuras de infância. Parece que foi ontem e afinal já fiz recordações dignas de contos de natal!
Às vezes, em vez de trabalhar, ponho-me para aqui a ler coisas. Shame on me! Invariavelmente, se passo muito tempo a ler coisas na net, acabo por me chatear porque tenho o triste hábito de ir ver como andam pessoas que sofrem de soberba atroz. Talvez porque a maioria das vezes a soberba se faça acompanhar de solidão, ou porque uma causa a outra, ou porque a outra causa a uma. E bom, a solidão leva à reflexão e a um certo nível de introspecção que me agrada ler e que apela ao século XIX que há em mim. Mas, e repetindo-me, invariavelmente acabo por me chatear com a soberba dos solitários, o que é remédio santo para voltar ao trabalho!