Rascunhos
Normalmente dedico-me a escrever rascunhos. Dias depois, ou os publico, ou os apago. A decisão tomada não depende tanto do que está escrito como do humor em que me encontro, razão pela qual aqui ficam publicadas estas três frases.
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Normalmente dedico-me a escrever rascunhos. Dias depois, ou os publico, ou os apago. A decisão tomada não depende tanto do que está escrito como do humor em que me encontro, razão pela qual aqui ficam publicadas estas três frases.
Tenho andado num estado de água corrente. E quando a água corre não inquina.
Mas ontem, ou anteontem, já não sei bem, parei por momentos em frente à televisão no meio de um qualquer programa da manhã, e li "depressão pós-férias". Desde essa altura que ando meio inquinada e só me apetece gritar:
- Não há depressão pós-férias, há é trabalho;
- Não há depressão quando alguém morre, há é tristeza;
- Não há depressão no desemprego, há é preocupação;
- Não há depressão na velhice, há é solidão;
- Não há depressão na doença, há é medo...
O mundo anda a perder a capacidade de agir e toma comprimidos. E ponho-me a pensar, se o país entrasse em guerra haveria alguém para combatê-la ou ficávamos todos em casa deprimidos!
Hoje o dia está bonito. Tem estado vento, e o vento varre o pó. O céu não está cinzento mas azul, cada folha de cada árvore tem um verde diferente, os prédios sujos afinal são brancos e as pontes metálicas brilham ao sol. A mulher de cabelo platinado e base na cara vestiu-se de branco, ao homem encostado a fumar brilha a careca, as garrafas de água que o dono do café carrega ao ombro fazem mil e um arco-íris e há quem se sente à sombra a ler. Por hoje é tudo!
Este fim-de-semana aconselhei uma amiga, que andava a escrever desabafos em tiras de papel e a perdê-las, a criar um blog. Dizia-me que eram coisas pessoais e que não queria exposição, mas eu ensinei-lhe como fazer um blog privado. Depois fiquei a pensar na facilidade disto, de ter uma plataforma que nos permite escrever sem nos pedir nada em troca. Bem sei que somos um investimento, que visualizamos e captamos visualizações, que trazemos publicidade. Mas às vezes não. Às vezes não visualizamos e não trazemos visualizações, entramos e saimos como ladrões de espaço, simplesmente porque queremos, mas antes de mais, porque nos permitem que o façamos. Então acho que o mínimo que podemos fazer é dizer obrigada, ou escrever obrigada.
Obrigada a todos os que trabalham para eu ter um sítio em que posso escrever sem ter de pagar o papel e a caneta. Obrigado por permitirem que o possa fazer sem dar nada em troca. O vosso trabalho contribui para a minha felicidade.