Começo por escrever uma página inteira descrevendo o que me aflige, o que me passa pela cabeça e a que conclusões chego. Depois apago tudo o que tenha a ver com a minha vida. Depois apago tudo o que considero excessivamente melodramático. Depois apago tudo o que se repete. Se tiver sorte e estiver num dia inspirado, resumo as ideias em três frases com algum significado para mim. O que claramente não foi o caso de hoje!
Ando meio melancólica e por isso estava a pensar vir aqui escrever sobre nadas, mas entretanto lembrei-me que anda meio mundo a ser radicalizado e apetece-me divagar sobre radicais livres (!!!). Ora, do pouco que percebo de química, os radicais livres são conjuntos moléculas com eléctrons desemparelhados, que no seu afâ de se emparelharem destrambelham as moléculas vizinhas, que estavam sossegaditas e a viver felizes, e ficando elas radicalizadas com electróns desemparelhados e destrambelhados. E pronto, assim como era no princípio, agora e sempre, amén.
Quase nunca me apetece escrever sobre actualidade. Não que peca por não ter opiniões, embora já comece a achar que pecado é tê-las em demasia, mas porque hoje em dia a actualidade é tão instantânea, que quando há notícia já a houve, ou talvez já a ouve tanta gente que a informação afinal já era história.
Cheguei à conclusão que prometer "amor para sempre" é fácil. Amor é um conceito tão vago e dado a tantas interpretações que nem se percebe bem o que se está a prometer. Agora prometer paciência, isso já é outra coisa! Gostava de saber quantos dos casais que prometem amor eterno, prometeriam paciência eterna para com o outro!
Gosto muito de pensar no antes e agora. Pode parecer estranho aos desatentos, mas já há alguns milhares de anos a esta parte, que as questões que a humanidade enfrenta são as mesmas! Assim, divirto-me a imaginar como antes se resolviam os problemas que hoje se resolvem com esta maravilhosa vida tecnológica que vivemos! Então, o que fariam as Ritas de antigamente quando queriam dizer umas palermices para o ar, sem esperar resposta ou conversa? Escreviam mensagens e punham-nas a boiar no mar em garrafinhas de vidro!? Mas para isso era preciso existirem garrafas de vidro. Ou então podiam escrever cartas e espalhá-las ao vento do cimo de um monte! Mas para isso era preciso existir papel. O mais certo era irem para a mata e gritar para quem quisesse ouvir: PASSA-SE TANTA COISA NA MINHA CABEÇA, QUE NÃO PERCEBO COMO PODE ESTA CABER ENTRE DUAS MÃOS QUE TÃO POUCO FAZEM!"